10 - ATALHO

 

Tanto anos de trabalho,

Sempre no mesmo ambiente,

Via-se sol, chuva e orvalho,

Tudo muito presente.

 

Naquela paragem de outrora,

O orvalho, o verde molhava,

No despontar da aurora,

Pela janela, se olhava.

 

Dias aquele orvalho,

Refrigerava a folhagem,

Nós, naquele atalho,

Beneficiado pela aragem.

 

A natureza assim unia,

Numa corrente de energia,

Força, trabalho e harmonia,

Tudo de bom, em nós fluía.

 

Levantemo-nos do chão, quem cai,

Esquecendo-se o porquê caiu,

Nesse atalho de vem e vai,

Não há quem não transgrediu.

 

Se hoje pisamos em espinhos,

Nossos pés ficam furados,

Há atalhos, que parecem lindos,

Mas leva-nos a campos minados.

 

Firmemos, no chão, a pisada,

Andando certo, sem bambear,

Ficam na terra as pegadas,

Quem nele soube andar.

 

Nossas vidas, ganham vida,

Nesse atalho de labor,

As vidas ficam unidas,

Por elos fortes de amor.

 

Hoje é outro, o meu atalho,

Aquela etapa terminou,

Mudei, apenas, de trabalho,

A vida, em si, continuou.

 

João C. de Vasconcelos

 


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