120 - Vida que Passa
Não sei se a vida passou,
Ou se passei pela vida,
Só sei que o tempo ecoou,
Não sei dizer, à medida.
O que parecia tão distante,
De repente ficou perto,
O passado veio ao presente,
O futuro, não estou certo.
Fiquei sem ter certeza,
Do futuro que virá,
Perguntei a Natureza,
Não ouvi ela falar.
Tem me trazido cansaço,
As indagações e propostas,
Hoje, apenas, um espaço,
De perguntas sem respostas.
Recorri à precisão matemática,
Se dois mais dois são quatro!
Ou é expressão alto didática,
Que deram forma ao abstrato!
Em fim qual é o limite,
Que pode tender a zero?
Ou chegar ao infinito,
Diante disso, o que espero!
Consulto, portanto, a derivada,
Prenúncio da integral!
É saída ou chegada,
Dividir em partes o total!
Gerou-me uma confusão
Dividir em pedaços o inteiro,
Deixando-o em menores porções,
Sem se obter valor verdadeiro!
Temos, apenas, aproximação,
Sem alcançar o verdadeiro,
Aí está, a principal razão,
De me sentir o derradeiro.
Se do inteiro fizer parte,
Sem Ele poder ser,
E do acervo, à arte,
Sou eu, sem saber...
Se for ser, sem saber,
Em busca do que não achei,
Quero um dia vencer,
E saber o que não sei.
Se o cair for o exercício,
Pra quem levanta do chão,
E quais são os vícios,
Nos caminhos da evolução?
Se, ver o que não via,
Num exercício de visão,
A Natureza é quem cria,
Essa forma de exatidão.
O mundo exato for exato,
O mundo é consciente,
A visão dos nossos aparatos,
È consecução Onisciente.
João C. de Vasconcelos (24-03-11)