46 - Mar Revolto
No mar revolto, navego,
Com turbulência de todo lado,
Só em curta distância, enxergo,
Com o barco desgovernado.
Assumo, de pronto, o comando,
Enfrento de frente a tempestade,
Se morrer, vai ser lutando,
Não sucumbirá um covarde.
O poder da natureza, respeito,
Mas tem ela que me vencer,
Pois me foi dado o direito,
De enfrentá-la pelo dever.
Nesse meu pequeno barco,
Envolvido pelas ondas do mar,
Pode parecer muito fraco,
Mas não foi feito para afundar.
Enfrento, hoje, o mar bravo,
Utilizo todos os recursos,
E nessa luta que travo,
É que acerto o seu curso.
É nessa terrível tormenta,
Que aprendo, a navegar,
Só o fraco não enfrenta,
Os segredos do alto mar.
Quem não vai ao alto mar,
Navegando no mar costeiro,
Desconhece o grande altar...
E a beleza do cruzeiro...
Um novo dia vai brilhar,
O mar calmo e silencioso,
Meu barco livre, a flutuar,
Mais uma vez vitorioso.
Não é uma prenda, a vitória,
A qualquer um, ofertada,
É conquista meritória,
Individualmente alcançada.
João C. de Vasconcelos