49 - Mestre, Por Que?
Pergunto-Te Jesus!
Qual foi teu sofrimento?
Foram os pregos da cruz
Ou outros ferimentos?
Por que Magnânimo Mestre,
Mostraste tanta fraqueza?
Se tinhas a força Celeste,
E o domínio da madureza?
Até sobre as águas andou,
Diminuindo tua densidade!
Do sepulcro, Lázaro tirou,
Sem nenhuma dificuldade!
Curou deficientes físicos,
Curou muitos leprosos,
Tirou às almas dos riscos,
Dos caminhos tortuosos!
Então o que mais Te doeu?
Naquele triste desdém!
Foi tomar o cálice de féu
Ou a ignorância dos homens!
Chegaste a todos dizer!
Que o filho do Pai é maior!
Como deixaste morrer,
Nas mãos do menor!
Moisés, a Ti, anterior,
Lançou as sete pragas do Egito,
Todo o reino se curvou,
Sem resistência e sem grito!
Tirou seu povo, ileso,
Pois, tinha essa missão,
Nem ao mar ficou preso,
Esse se abriu até o chão!
Mestre, a Ti peço perdão!
Por não poder entender!
Tinhas o poder nas mãos,
Por que deixaste Te vencer?
Será que querias mostrar!
Que a morte não Te vencia!
Ninguém podia enterrar,
Teu corpo ao céu subia!
Eras o mais perfeito,
Prova disso, Tu nos deu!
A matéria que foste feito,
Era extensão do Teu Eu!
Mestre,és o que não penso!
Portanto, toda a grandeza,
A luz de brilho intenso!
Iluminando a natureza.
Na verdade, nunca morreste,
Ó enviado do Arauto!
És Tu Criação Celeste,
De grau mais alto!
Ajoelho-me diante de Ti,
Da tua imensa magnitude,
Sem saber como Te pedir,
O entender e a virtude.
João C. de Vasconcelos